Exercícios Físicos nas Doenças Reumáticas

O que são doenças reumáticas?

Popularmente conhecidas como reumatismo, as doenças reumáticas representam o conjunto de diferentes doenças que acometem o aparelho locomotor – ossos, articulações (“juntas”), cartilagens, músculos, tendões e ligamentos. Além disso, algumas doenças reumáticas podem comprometer outras partes e funções do corpo humano como rins, coração, pulmões, olhos, intestino e até a pele.¹

Dentre essas doenças, estão:

• Artrite reumatoide;
• Artrite idiopática juvenil poliarticular;
• Artrite relacionada à entesite;
• Artrite psoriásica;
• Espondilite anquilosante;
• Espondiloartrite axial não radiográfica;
• Granulomatose com poliangiite; e
• Poliangiite microscópica.

Muitas pessoas que têm reumatismo estão “fora de forma”, com menos flexibilidade e sentindo mais dor que o necessário, devido principalmente às “complicações” da inatividade física e sedentarismo.²

EXERCÍCIO FÍSICO, UM ALIADO AO TRATAMENTO DAS DOENÇAS REUMÁTICAS

Por medo de piorar a doença e, também, por causa da dor, rigidez e fadiga que as doenças reumáticas causam, muitos pacientes não praticam exercícios físicos. Porém, estudos comprovam que fazer exercícios regulares podem melhorar a qualidade de vida de pacientes que sofrem com essas doenças, facilitando as tarefas do dia a dia, como caminhar, cozinhar, abaixar-se e cuidar dos afazeres domésticos.^2-4

Pessoas que são fisicamente ativas são mais saudáveis e vivem por mais tempo. Isto também é verdade para os pacientes com reumatismo! ^2,3

Atividade Física – qualquer movimento do corpo que gere gasto de energia acima dos valores basais. Ela é influenciada por fatores físicos, emocionais, sociais e ambientais e pode ser realizada para lazer, trabalho ou deslocamento.^{2- 4}

Exercício Físico – atividade física planejada e estruturada, que visa à manutenção e/ou aprimoramento das capacidades físicas. Deve ser repetitiva e feita com ajuda de profissional, para ajustar intensidade ideal, duração, cargas e objetivo de acordo com cada paciente.^2-4

TIPOS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

Existem quatro tipos principais de exercícios físicos:

1. Alongamentos;
2. Condicionamento aeróbio;
3. Condicionamento muscular; e
4. Treino neuromotor.

Cada tipo tem um papel na melhora da saúde e aptidão, reduzindo a incapacidade e a dor relacionadas às doenças.^2-4

1. Alongamentos

Alongamentos são exercícios suaves e destinados a aprimorar a movimentação articular, reduzir tensão muscular e aumentar flexibilidade.^2-4

Algumas modalidades: yoga, bandas elásticas ou técnicasfisioterapêuticas. ^2-4

Frequência dos exercícios: os alongamentos devem ser realizados 2 a 3 vezes por semana. Orienta-se que se alongue até o ponto de leve desconforto e mantenha esta posição entre 10-30 segundos.²

Benefícios:

• Promove a melhora da postura;
• Auxilia na redução de encurtamentos;
• Ajuda na redução da dor;
• Melhora a amplitude de movimento;
• Reduz a rigidez;
• Melhora a fadiga;
• Melhora de atrofias e encurtamentos musculares.^2-4

2. Condicionamento aeróbio

Condicionamento aeróbio é o tipo de exercício que tem benefícios para controle do peso, humor e saúde geral. É recomendado para o aprimoramento da aptidão cardíaca e pulmonar e como forma de prevenção e tratamento das doenças cardiometabólicas.^2-4

Algumas modalidades: caminhar, correr, pedalar, dançar, natação ou ginástica.^2-4

Frequência dos exercícios: recomenda-se que seja realizado de 3-5 vezes na semana, entre 30-40 minutos por dia, de maneira contínua ou intervalada. Para os pacientes fisicamente inativos, sugere-se sempre iniciar com intensidade leve e progredir para moderada à vigorosa, de maneira individualizada, de acordo com evolução de cada um.^2-4

Benefícios:

• Melhora o perfil do colesterol e do diabetes;
• Ajuda na redução da pressão arterial e da gordura corporal;
• Auxilia o sistema imune e o controle dos níveis de inflamação;
• Melhora a qualidade de vida e a funcionalidade;
• Auxilia na redução da dor. ^2-4

3. Condicionamento muscular

Condicionamento muscular engloba exercícios que são indicados para aumento da quantidade e qualidade do músculo, trabalhando com cargas e resistências crescentes (halteres, barras, anilhas, molas, pelo próprio peso do corpo).^2-4

Algumas modalidades: musculação, pilates, hidroginástica ou treinamento funcional.^2-4

Frequência dos exercícios: Devem ser realizados 2 a 3 vezes por semana, sendo 8 a 10 exercícios para os grandes grupamentos musculares (peito, costas e pernas), com volume de 1 a 3 séries e 10 a 15 repetições por exercício. Os intervalos entre séries e exercícios devem ser 2 a 3 minutos. Os aumentos na intensidade e volume devem ser progressivos e individualizados. Esses exercícios devem ser realizados com auxílio de um técnico especializado, como um professor de Educação Física ou Fisioterapeuta.^2-4

Benefícios:

• Ganho de força e massa muscular;
• Redução dos níveis de dor;
• Melhora do estado geral de saúde, da funcionalidade e força muscular;
• Aumento ou manutenção da massa óssea em mulheres pós-menopausa com osteopenia ou osteoporose;
• Melhora da força e funcionalidade de pacientes com artrose de joelho.^2-4

4. Treino neuromotor

Treino neuromotor engloba exercícios que trabalham habilidades motoras como o equilíbrio, a coordenação motora e a propriocepção.^2-4

Algumas modalidades: treinamento funcional ou Tai Chi.^2-4

Frequência dos exercícios: Recomenda-se que sejam realizados 2 a 3 vezes por semana, focando-se em diversas habilidades motoras, tais como equilíbrio, agilidade, coordenação motora, capacidade de caminhada e propriocepção.^2-4

Benefícios:

• Qualidade de vida e capacidade funcional;
• Melhora do equilíbrio;
• Redução de dor e rigidez articular.^2-4

EXERCITE-SE!

• Adultos devem se mover mais e se sentar menos ao longo do dia;²
• Qualquer atividade física é melhor do que nenhuma;²
• Adultos devem buscar pelo menos 150 minutos por semana de atividade física moderada ou 75 minutos por semana de atividade física intensa (maior parte de aeróbias – caminhar, correr, pedalar – complementadas por fortalecimento muscular).²

IMPORTANTE!
Lembre-se de ir ao médico antes de iniciar qualquer tipo de exercício, pois somente ele poderá afirmar qual o melhor para cada caso e o ritmo de cada um.^2-4

Referências: 1. Doenças reumáticas. BVSMS. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/doencas_reumaticas.pdf. Acesso em 29 de novembro de 2024. 2. Limas FR, Peçanha T. Prescrição de atividade física em pacientes com doenças reumáticas. Rev Paul de Reumatol. 2019;18(4):17-24. 3. Lancha Junior AH, Lancha LOP. Avaliação e prescrição de exercícios físicos: normas e diretrizes. Barueri: Manole; 2016. 4. Pinto ALS, Gualano B, Lima FR, Roschel H. Exercício físico nas doenças reumáticas: efeitos terapêuticos. São Paulo: Sarvier; 2011.

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